14 de dezembro de 2013

Texto: uma saudade, num sábado a tarde


É complicado alguém ser seu mundo e de repente, não podermos contar ao menos como foi nosso dia e quantas coisas tem acontecido. É. Todo dia acontece algo novo, as coisas não tem sido fáceis e todo dia tenho necessidade de conversar com alguém, mas com quem? Cadê você?

Minha primeira sapatilha de ballet, enfeita meu quarto. Caiu algumas lantejoulas roxas, algumas pedrinhas. Mas continua linda. No meu pé não cabe a anos, aliás, eu tinha apenas 1 ano de idade quando você a fez para mim. Os vestidos das minhas bonecas, se perderam no decorrer do tempo, mas lembro de alguns, eram quadriculados nas cores vermelha e azul marinho. Nunca mais fizeram gemada com mel para mim, quando a gripe vem, não tem mimos, é pegar comprimido e beber, ou ir ao hospital levar injeção , sem dó. 

Meus carnavais não tem mais graça. Não me fantasio mais e nem ganho spray de sabão para ficar jogando em todo mundo. No clube das senhoras, também nunca mais fui. Só sei que tem foto sua, de quando foi rainha de alguma coisa que não lembro, na estante de lá. E o Jeremias, foi comido pelo gato da vizinha de algum andar do prédio. Mais um motivo para eu não gostar de gatos.

A menina que sofreu por ter dado o primeiro beijo aos 15 anos e te ligou chorando, achando que tinha pecado, não existe a muito tempo. Se você soubesse o quanto cresci uns 30 anos em menos de 2. Estou no meu segundo emprego, último ano na faculdade, alguns anos para terminar meu inglês, namoro a alguns meses, comprei um apartamento e vou casar daqui um tempo. Ah! Ele é o moço estilo os livros que eu vivia lendo, mas real, e isso o torna muito mais incrível.

Com as coisas boas que sempre surgem na vida, sempre surgem, também, coisas ruins. E você sabia o quanto pareço forte, mas desmorono apenas com um abraço. Se você soubesse de tudo, agora. Como eu queria que você soubesse. Você me entenderia. Ou me ouviria. Sinto-me incompreendida e me perguntando o por que de determinadas atitudes, quando para mim, tudo o que eu queria, como sempre, era poder me dar bem com todos. Mas já diziam por ai: nem Jesus agradou a todos. Pois é. Com meus erros e falhas, nem eu.

Acredito que nessa hora, se eu pudesse estaria contando tudo. Você estaria no sofá assistindo TV, ou fumando seu cachimbo, que vira e mexe sentimos o cheiro dele. Deve ser algum vizinho do prédio que fuma na lavanderia e o cheiro chega até nós. Você apenas me ouviria ou diria o quanto devo parar de me importar com pessoas que não me acrescentam em nada. Ou que preciso amadurecer meus pensamentos para lidar com certas situações. Ou sei lá, você me deixou a tanto tempo, que nem sei mais o que me diria. O que sei é que não me deixaria assim, sozinha, como estou agora, aos prantos.

Não acredito em vida após a morte, mas acredito em sentimentos que nunca acabam. A saudade bateu na porta, mas na verdade nunca foi embora, deu apenas uma volta, sempre esteve aqui, eu que por vezes fingia que não sentia sua presença. E a saudade, eu sei, embora nunca vai. Não quando o amor que sentimos pela pessoa, a faz estar com a gente, para sempre, dentro do coração.

Sei que você nunca vai ler isso, mas lembra do meu diário?! Então. Escrever ainda me faz ficar bem, ou pelo menos melhor. Então é isso.


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