1 de março de 2014

Parte 3: Diário de uma saudade


"tô louca pra te ver chegar, tô louca pra te ter nas mãos"

 Já faziam meses e por pior que seja, seja drama ou não, as dores começaram. Era uma espécie de dor no peito e depois uma tremedeira que me fazia perder o sono e ficar horas e horas acordada. A pressão caia mais que o normal, medo de dormir, agonia, tontura, prontos socorros e soro/remédio na veia constantemente e receio de que o pior ocorre-se. Médico. Exames. Não era nada. Outro médico, outros exames e apenas uma pergunta: O que se passa? Está apaixonada? sofrendo por amor?! Não sei! Mas seria isso, Bernardo? A saudade, quando grande, consegue até atacar a saúde de alguém? Minha saudade atingia meus ossos, meu pulmão, minha pressão e o que me acalmava, era você na webcam me dizendo que ia ficar tudo bem.

 Mais dia, menos dia, você estaria presente. Mas até lá, todo seu passado aparece, a fim de querer estragar tudo que construímos até hoje, de uma forma que só quem está firmado na rocha, aguenta. Eu estava. Eu te amava. Eu te amo. E esse amor, era a rocha que me fez suportar a tudo isso. Eu suportei, continuo suportando. Por você, pelo nosso futuro, pela nossa casa, pelos nossos futuros filhos. E claro, Deus me ajudando, porque a hipocrisia, o egoísmo e a cara de pau alheia é muita. Mas era por você, Bernardo, por você.

 Meu celular tem contagem regressiva e todos os dias o olho, meu coração acelera e então a ansiedade vem até mim. Eu indo te receber no aeroporto, te abraçando e o tendo, por uma semana por perto. Mas como diria uma das músicas que fazem parte de nossa trilha sonora: "Eu conto as horas pra poder te ver, mas o relógio está de mal comigo. Por quê?". 

 Saudade é doença. Contagia. Mexe com nossa estrutura e se sal na ferida aberta arde, te garanto que não arde mais, do que o tamanho da minha saudade. A médica já disse: seu remédio, tem nome e sobrenome. E eu sabia disso, eu já sabia. É você, Bernardo, você é a minha cura.

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