15 de abril de 2014

Procura-se a mulher maravilha, que eu não sou


E mesmo em meio a tantos afazeres, me pego pensando em quem sou eu. Talvez eu seja um pote cheio de sonhos, lembranças, conquistas, felicidades e medos. Não sou vulnerável a nenhum sentimento. Quiçá eu seja daquelas pessoas, que mais vivem em mix de sentimentos em fração de segundos, correndo sempre mais rápido que a velocidade da luz.

Minhas selfies, não demonstram exatamente o que sinto e o fato de falar bem em público, não significa que minha espinha não esteja se tremendo inteira. Minhas leituras diárias, podem não ser apenas um amor compulsivo pela leitura, quiçá seja um refúgio caso a tristeza toque a campainha

Um bom tempo da minha vida, estive presa a um diário, canetas coloridas e um mundo, que eu criava. Nesse mundo, o sonho do príncipe encantado existia, os melhores amigos para sempre, bondade, afetos, abraços, sorrisos e sabe lá Deus, quantas coisas mais eu não adicionava em meu mundo que só os gatos não faziam parte - já falei que tenho muito medo de gatos?! Até que acordei e percebi que a vida, vai além das minhas histórias.

Estava eu, um dia no ônibus, quando um senhor de uns 70 anos de idade começou a conversar comigo e contar toda a vida dele, suas dificuldades, a perda da esposa, o filho que adotou e eu só fiz ouvir. Foram menos de 30 minutos que emprestei meus ouvidos a ele e o mesmo chorou, dizendo que queria que eu fosse sua neta, para ele poder sempre conversar. Dei um abraço nele e chorei. Eu não sabia quem ele era, mas meus ouvidos era o que ele precisava naquele momento. E isso valeu a pena aquele dia.

Dizem que pisar em cocô é sorte. Mas todas as vezes que passeio com a Mel na rua, em minhas mãos está uma sacolinha. Se ela fizer suas necessidades, eu pego e jogo no lixo. Isso foi motivo de um homem me falar: se todos fossem como você, as coisas estariam melhores. Quando falo com amigos, parentes, meus pais, sempre termino a conversa com um "beijos, te amo", tenho a necessidade de lembrá-los, que eu os amo. Dou livros de presente, pois, acho que nada nos agrega mais do que palavras. Sou apaixonada por abraços e sempre que posso os doo - infelizmente nunca fui em um "free hug". 

Porém, todavia, contudo, entretanto - viva a conjunção verbal - não sou perfeita. Dentro de mim, carrego sentimentos que só eu e Deus sabemos que existe. Não distribuo tristezas em redes sociais, até porque ninguém é obrigado a ver o meu "se sentindo com raiva/se sentindo triste/se sentindo decepcionada". Sou uma cachoeira, choro de doer a cabeça, quase sempre. Fico indignada com milhares de coisas. Tenho sim, pensamentos que vivo repreendendo. Mas, guardo para mim, faço da tristeza poesia, choro sozinha, converso com Deus - que sempre é minha fonte de conforto. E levanto no dia seguinte, como se nada tivesse ocorrido. 

Quando me olho no espelho, o que vejo não é uma mulher "MARAVILHOSA", que as mulheres ao redor precisam valorizar o namorado/noivo/amigos (as), porque pode aparecer alguém como eu na vida dessas pessoas e vão começar a dar valor, quando as perder - acreditem, "ouvi" isso a pouco tempo. Mas vejo, que sou a menina/mulher que em meio a tantos erros, lembra do diário de anos atrás e sabe que para o mundo mudar ou ser perfeito, como eu escrevia, tinha que primeiro partir dos meus atos e minhas atitudes.

Sou apenas alguém que sabe que tudo que aqui se faz, aqui se paga e que se você planta sementes boas, recebe flores em troca.

Um beijo e um queijo, 

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