30 de junho de 2014

Texto: conversas de livraria


Nos encontramos na livraria as três horas da tarde, de um sábado nublado. Ele tinha um livro em mãos e minha curiosidade veio a tona. Chega a ser engraçado a forma que alguém me conquista por ter um livro em mãos, não importa quem seja, faço de tudo para descobrir que livro era e o dele era o meu favorito, “o caçador de pipas”. Nunca o vi em lugar nenhum e claro que ele nem sabia quem eu era. Por dentro eu gritava “preciso ter assunto com ele, me aproximar e conversar sobre esse livro” e por fora apenas sussurrava “stop and breath”. Para minha surpresa foi ele quem se achegou primeiro. Foram poucas palavras:
- você já leu este livro?” - disse ele olhando fundo em meus olhos
De cara pensei se ele havia percebido que não tirava os olhos daquele livro,  mas tudo que eu disse foi:
- Já sim, é um dos meus favoritos. 
- Deu para perceber, você não tirava os olhos dele. 
 Droga. Estava na cara o quão sem graça fiquei, já estava mais vermelha que um tomate, mas além de leitor, ele era um verdadeiro Gentleman, puxou conversa sobre o livro e se revelou um grande nerd ao dizer que adora super heróis, séries, livros e tudo que envolve politica. De 10 palavras que falávamos, riamos 9. Estávamos tão sincronizados que conversamos sobre os livros que viraram filmes e sobre os livros que deveriam virar filme e se bobear até sobre a copa do Brasil.
 Olho o relógio, 18h30. Conversamos tanto que nem vimos as horas passarem. 
Eu estava com dois livros em mãos, um deles era “A culpa é das estrelas”. Ele me acompanhou até o caixa e tudo que me disse foi “esse livro eu pago, okay?” “Okay”, respondi. Não tinha como dizer não, não numa hora dessas e tenho certeza que da resposta ele já sabia qual seria.

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