28 de junho de 2016

Livro: Extraordinário

Temos um defeito muito grande de julgar alguém pelo que aparenta ser e quando digo “aparentar” não é o jeito de se expressar, mas a aparência exterior em si. Logo, o que julgamos não ser bonito gera uma repulsa, apelidos ou comparações maldosas – mesmo que sem intenção - mas o “Extraordinário” veio para quebrar isso e nos mostrar que o preconceito pelo que se vê é ridículo, pois o interior pode ser mais extraordinário ainda. Vem comigo?


Auggie Pullman é um menino de 10 anos que nasceu com um problema raro na face do rosto e por isso sujeitou-se a diversas cirurgias. Admirador nato de Star Wars, mora com os pais e sua irmã, foi alfabetizado em casa por sua mãe e sempre foi um garoto de poucos amigos (já que sua aparência, causava medo a muitas crianças).

Meu principal problema é uma coisa chamada di-os-to-se bu-co-ma-xi-lo-fa-ci-al, que, aliás, levei uma eternidade para aprender a falar. Mas também tenho outra síndrome que eu nem consigo pronunciar. E essas coisas meio que se juntaram em uma grande supercoisa, tão rara que nem tem nome. Quer dizer, não quero me gabar nem nada, mas sou considerado um tipo de milagre da medicina, sabe?” - Página, 137.

Seus pais sempre o protegiam de tudo, mas acharam que essa proteção em excesso causaria danos futuros e ele precisava enfrentar a vida fora da proteção dos pais, por isso resolveram matriculá-lo em uma escola e foi lá que tudo começou, inclusive o preconceito. Auggie é um garoto divertido, inteligente, carinhoso, gostava de conversar e brincar, mas não era isso que as pessoas viam, o que viam era uma criança extremamente estranha e horrível - o que o deixava extremamente triste e fazia com que só quisesse ficar em casa e se esconder de todo mundo.

A questão é que todos temos que lidar com dias ruins.” - Página, 122.


Muitas crianças não queriam ao menos sentar perto dele ou encostar nele, o preconceito dentro da escola vinha tanto das crianças quanto de alguns pais – que achavam que uma criança com essa “deficiência” influenciava outras para coisas ruins – o que fez com que ele sofresse muito e não quisesse mais frequentar a escola. Claro que existiam as exceções, que mesmo vendo o quão diferente ele era esteticamente, se aproximaram e viram que ele era uma pessoa legal. Auggie teve que aprender a conviver com pessoas que o olhavam com repulsa, não fugir das situações, ver que ele era especial independente de qualquer coisa, aprender a viver em sociedade e se adaptar a ela de uma forma simples: sendo quem ele é, interiormente, e conquistando as pessoas com isso.

Não precisamos dos olhos para amar, certo? Apenas sentimos dentro de nós.” 
- Página, 233.


“Extraordinário” é um livro simples e gentil. A história se passa num contexto escolar, englobando vários personagens como diretor, professores e alunos. Alguns capítulos contam sobre Auggie e outros sobre o ponto de vista de algumas pessoa sobre a história narrada. O livro é cheio de preceitos e ensinamentos para enxergarmos além da aparência e ver o quanto alguém pode ser extremamente extraordinária apenas por ser quem é, fazendo com que pensemos também em todas as situações que julgamos alguém apenas pela aparência, fazendo “acepção de pessoas” por aquilo que vemos e gerando (muitas vezes) alguns apelidos, repulsão e bullying sem conhecer o que há além disso. Eu poderia continuar falando sobre o quão incrível é esse livro e dar vários spoilers, mas esse não é o objetivo, então leiam, ele é redundantemente extraordinário.

Mais gentil que o necessário. Porque não basta ser gentil. Devemos ser mais gentis do que precisamos.

Editora: Intrínseca
Número de páginas: 317
Autor: R.J Palacio
Classificação: ♥♥♥♥♥ (Excelente)
Assuntos abordados: Bullying, preconceito, superação, amizade.
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